terça-feira, fevereiro 06, 2018

IMAGINÁRiO #453

José de Matos-Cruz | 01 Fevereiro 2014 | Edição Kafre | Ano XI – Semanal – Fundado em 2004

PRONTUÁRiO

INGLESICES
Em Maio de 1998, durante o Festival de Cannes, a notícia caiu como um menhir: Gérard Depardieu fora escolhido para encarnar Obélix, na fita que assinalaria os quarenta anos, em banda desenhada, do pequeno-grande Astérix o Gaulês. Este seria desempenhado pelo histriónico Christian Clavier, que Depardieu - até sem tomar a poção mágica - pegou nos braços, exibindo-se diante dos fotógrafos. Lá do alto, o extasiado criador René Goscinny (1926-1977) terá soltado uma gargalhada… Entre sucessos e repetições, fez-se então lenda - até Astérix e Obélix ao Serviço de Sua Majestade (2012) de Laurent Tirard, sempre com Depardieu agora ao lado de Edouard Baer. Revitalizando as peripécias em grande ecrã, a Asa edita O Álbum do Filme - aliás, inspirado em Astérix Entre os Bretões e Astérix e os Normandos - enriquecido com um dossier Da Bd ao Filme, em revelação dos bastidores da rodagem ao estilo de making of
Estamos no ano 50 aC, quando as legiões romanas espalham, pela nebulosa Bretanha, os sonhos e os louros imperiais de Júlio César. Tudo parece irreversível, até que a rainha Cordélia, aliás Caterine Deneuve, decide apelar aos heróis prodigiosos de uma original e irredutível aldeia da Gália…
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MEMÓRiA

01FEV1894-1973 - John Ford: Cineasta americano - «Em minha opinião, o lado mais simpático do western, é que todos os espectadores podem identificar-se com os cowboys».
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1872-01FEV1944 - Piet Mondrian: Pintor holandês modernista, membro do movimento Neoplasticismo - «O estatuto do artista é a humildade… Essencialmente, ele é um transmissor». IMAG.369

1890-02FEV1964 - Carl Buchheister: Artista plástico alemão, construtivista, membro do grupo parisiense Abstraction Création - em 1933, considerado pelos nazis como degenerado, e proibido de pintar, várias das suas obras foram confiscadas e destruídas.

1870-03FEV1944 - Ernesto Korrodi: Arquitecto português, natural da Suiça, autor maior da Arte Nova, pedagogo, dedicou-se à recuperação do património histórico edificado - como o Castelo de Leiria - tendo recebido distintos galardões, entre os quais o Prémio Valmor. IMAG.260

1912-08FEV1974 - Franco Caprioli: Artista plástico italiano, autor de banda desenhada - «Dediquei-me aos jovens; escrevi e desenhei para eles uma incrível quantidade de narrações irreais, mas verosímeis. Não relatos de guerra ou de violência, que os aborrecesse (creio dever precisar que os de guerra eram obrigatórios no ano de ‘38 e seguintes). Fazendo frutificar mais conhecimentos, bastante sólidos, de etnologia ou folclore, de geografia, náutica, história: ilustrei o mar, os navios (especialmente os de vela, que são os que melhor conheço), as selvas; a natureza primitiva como eu próprio gosto, não como é na realidade. Selvas sem mosquitos, mares com tempestades e tubarões que nunca matam os bons… O mundo como eu gostaria que fosse e o coração e o cérebro dos homens como deveriam ser, para que pudéssemos confiar uns nos outros e viver em paz e harmonia» (1972). IMAG.414-430

CALENDÁRiO

1927-23FEV2013 - Maurice Rosy: Artista belga, argumentista e ilustrador de banda desenhada (Spirou e Fantasio, Jerry Spring), responsável pela editora Dupuis, director artístico da revista Spirou (1956-1971).

28FEV2013 - ZON Audiovisuais estreia Quarta Divisão de Joaquim Leitão; com Carla Chambel e Adriano Luz. IMAG.122-269

02MAR-02JUN2013 - Em Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian expõe 360º Ciência Descoberta; sendo comissário Henrique Leitão, os Descobrimentos portugueses e espanhóis, e a ciência no período das grandes viagens oceânicas dos Séculos XV e XVI.

TRAJECTÓRiA

Franco Caprioli
Franco Caprioli, um dos mais ilustres autores da banda desenhada italiana e mundial, nasceu em Mompeo, província de Rieti, no dia 5 de Abril de 1912. Desde cedo, manifestou grande paixão pelas coisas do mar (talvez influenciado por um tio, Capitão de fragata), o que, aliado ao jeito para o desenho, originou um caso curioso: o pequeno Caprioli começou a desenhar o mar mesmo antes de o ter visto pela primeira vez! Esta paixão manteve-a ao longo da vida o que, naturalmente, se reflectiu na sua obra, onde a temática marítima e os países exóticos tiveram um papel muito relevante. Por essa razão Caprioli ficou conhecido como o Poeta do Mar. A sua imagem de marca foi a utilização do pontilhismo (técnica que consiste em desenhar pontos muito próximos uns dos outros, para dar a ilusão de sombras ou relevo), que aplicou com mestria nas histórias que desenhou. A obra de Caprioli - imensa e magnífica - espraiou-se por revistas italianas mas também inglesas, francesas, belgas, espanholas e portuguesas. Na sua obra contam-se algumas das melhores adaptações de clássicos da literatura popular, muitas delas publicadas no nosso país como, por exemplo, A Ilha Misteriosa, Miguel Strogoff, Os Filhos do Capitão Grant, Os Violadores do Bloqueio ou Aventuras No Mar (romances de Júlio Verne, editados nos anos ‘70 e ‘80, sob a forma de álbum bd, e que hoje se encontram praticamente esgotados). Os Filhos do Capitão Grant foi mesmo a última história em que o artista trabalhou, deixando-a inacabada devido ao seu súbito falecimento, em Roma, a 8 de Fevereiro de 1974. Outro desenhador italiano, Gino D’Antonio, completaria, posteriormente, o seu trabalho, desenhando as últimas sete páginas.

ANUÁRiO

484 aC-420 aC - Heródoto: Geógrafo e historiador grego - «De todos os infortúnios que afligem a humanidade, o mais amargo é que temos consciência de muito e controle de nada». IMAG.51-267

384aC-322aC - Aristóteles: Filósofo grego - «A democracia surgiu quando, devido ao facto de que todos são iguais em certo sentido, se acreditou que todos fossem absolutamente iguais entre si». IMAG.36-37-47-56-140-152-164-267-362

1864 - Neste ano, a produção de arroz no distrito de Coimbra é calculada em 1.094 moios.

1864 - Neste ano, entram nas cadeias civis de Lisboa 1.453 pessoas do sexo masculino, 133 do feminino, num total de 1.586 presos. Eram solteiros 1.098, casados 262, viúvos 93. Não sabiam ler 1.013 presos. 
 
VISTORiA

Cítia
Em todos os territórios previamente enumerados, o inverno é tão rigoroso que, durante oito meses do ano, o frio é insuportável; naquela região não se faz lama derramando água no chão, e sim acendendo o fogo; o mar congela... e os citas... passam por cima do gelo e irrompem com seus carros no território dos sindos. Nos quatro meses restantes, ainda faz frio.
Tal inverno é de uma espécie diferente daquele de todas as outras terras; nessa estação, normalmente chuvosa em outras regiões, as chuvas lá são insignificantes, mas durante todo o verão chove ininterruptamente; na época de trovoadas em outras regiões, lá elas não ocorrem...
Os cavalos resistem ao inverno cita, mas as mulas e os asnos não podem suportá-lo de forma alguma; em outras regiões, pelo contrário, são os cavalos que, expostos ao frio, perecem por causa de uma espécie de gangrena, enquanto os asnos e as mulas o suportam.
Em minha opinião, é também por isso que lá não nascem chifres na espécie de gado chamado mocho.
Um verso de Homero serve de confirmação à minha conjectura; ei-lo: «Na Líbia, onde os cordeiros já nascem com chifres…».
Assim se refere, acertadamente, que nas regiões quentes os chifres crescem rapidamente, enquanto nas regiões muito frias eles não crescem nos animais de forma alguma, ou crescem muito pouco.
Na Cítia, então, isso acontece por causa do frio.
Heródoto
- História IV.28-30

As tiranias, efectivamente, estabeleceram-se umas, quando já as cidades tinham crescido; outras, antes de tal suceder, surgiram de reis que se apartaram dos costumes de seus antepassados e aspiravam a um comando mais despótico. Outras, dos cidadãos eleitos para as magistraturas supremas, pois, antigamente, as democracias estabeleciam para muito tempo os cargos civis e religiosos; outras surgiam das oligarqui­as, quando elegiam a um só, com poder soberano para as mais importantes magistraturas.
Aristóteles
- Política (excerto)
BREVIÁRiO

2012 - Câmara Municipal de Moura edita Franco Caprioli - No Centenário do Desenhador Poeta de Jorge Magalhães.

Sextante edita José de Rubem Fonseca. IMAG.423

Sony Music edita em CD, sob chancela Columbia, Tempest por Bob Dylan.
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Assírio & Alvim edita Todas as Palavras - Poesia Reunida (1974-2011) de Manuel António Pina (1943-2012). IMAG.23-433

Multidisc edita em CD, sob chancela Soul Jazz, Country Soul Sisters: Women In Country Music 1952-78.

Assírio & Alvim edita O Penitente - Camilo Castelo Branco (1825-1890) de Teixeira de Pascoaes (1877-1952); prefácio de António-Pedro Vasconcelos».
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