PRONTUÁRiO
CINEMATOGRAFIAS
Envolvido
nos seus próprios excessos, contagiado pelo impacto de outros meios
audiovisuais, reflectindo os contrastes de uma realidade ao
paroxismo, o cinema tem - cada vez mais - patenteado um espectáculo
crepuscular dos seus limites rituais. Daí que, para além do jogo
dos conflitos, das situações de crise, dum colapso na exaltação
das emoções, se aperceba - nestes prenúncios do novo milénio - a
urgência de uma revisão em valores e expectativas, que superará
inevitavelmente a mera reforma dos pressupostos romanescos, ou a
essencial restauração das virtualidades do imaginário. Não é por
acaso que o fenómeno em questão, de resistência e excepcional
subversão quanto ao primado manipulador e consumista de uma complexa
indústria fílmica, surge com incidência determinante entre as
cinematografias europeias, aliando personalidades de prestígio, e
paralelamente ao que se testemunha noutras áreas decisivas de
expressão ou intervenção cultural… Eis temas e tensões
abordados e desenvolvidos por Lauro António em Os
Cinemas da Europa - Masterclass,
sob chancela editorial do Município de Oeiras, testemunho de uma
iniciativa pioneira e que assim, justamente, se consuma como matéria
primordial de referências e potencialidades. IMAG.23-245-332
MEMÓRiA
24JUL1783-1830
- Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y
Blanco, aliás Simón Bolívar: Militar e político venezuelano -
«Somente a democracia, em meu entender, é susceptível de uma
liberdade absoluta». IMAG.303
26JUL1893-1959
- George Grosz: Pintor e ilustrador alemão - «A guerra foi um
espelho; reflectiu todas as virtudes e todos os vícios do homem, e,
se olharmos de perto, tal como um artista quanto aos seus desenhos,
mostrou ambos com uma clareza pouco usual». IMAG.362
27JUL1813-1865
- Chrispiano Pantaleão da Cunha Sargedas: Artista português,
escriturado pelo Theatro de D. Maria II, tendo-se estreado com
Aniversário
(1837) - «Actor de muitos recursos, inteligente, sagaz, perscrutador
e desenvolto, conservando sempre em todas as épocas notável
vivacidade, tão cheio de desenvoltura e chiste cómico» (Diário
de Notícias - 14NOV1865).
IMAG.197
1640-28JUL1723
- Mariana Alcoforado: Religiosa portuguesa - «Como é possível que
a lembrança de momentos tão belos se tenha tornado tão cruel? E
que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o
coração? Ai!, a tua última carta reduziu-o a um estado bem
singular: bateu de tal forma que parecia querer fugir-me para te ir
procurar. Fiquei tão prostrada de comoção que durante mais de três
horas todos os meus sentidos me abandonaram: recusava uma vida que
tenho de perder por ti, já que para ti a não posso guardar. Enfim,
voltei, contra vontade, a ver a luz: agradava-me sentir que morria de
amor, e, além do mais, era um alívio não voltar a ser posta em
frente do meu coração despedaçado pela dor da tua ausência.»
(Cartas de Uma Freira
Portuguesa - Primeira
- excerto). IMAG.210
29MAI1903-27JUL2003
- Leslie Townes Hope, aliás Bob Hope: Actor americano - «Sabemos
que estamos a ficar velhos, quando as velas custam mais que o próprio
bolo de aniversário». IMAG.178
1900-29JUL1983
- Luís Buñuel: Cineasta espanhol - «O acaso é o grande mestre de
todas as coisas. A necessidade só vem depois, não tem a mesma
pureza». IMAG.172-263-314-369
30JUL1863-1947
- Henry Ford: Industrial americano - «Não nos tornamos ricos graças
ao que ganhamos, mas com o que não gastamos». IMAG.125
PARLATÓRiO
Legisladores!
Farei agora menção a um artigo que, segundo a minha consciência,
se deveria omitir. Numa Constituição política não deverá
prescrever-se uma profissão religiosa, porque segundo as melhores
doutrinas sobre as leis fundamentais estas são as garantias dos
direitos políticos e civis, mas a religião não se integra em
nenhum destes direitos, é de natureza indefinível na ordem social e
pertence à moral intelectual. A religião governa o homem em casa,
no seu quarto, dentro de si próprio: ela apenas tem o direito de
examinar a sua consciência íntima. As leis, pelo contrário, têm
em vista a superfície das coisas: governam fora da casa dos
cidadãos. Aplicando estas considerações, poderá um Estado reger a
consciência dos seus súbditos, velar pelo cumprimento das leis
religiosas e atribuir prémio ou castigo, quando os tribunais estão
no céu e quando Deus é o juiz? Só a Inquisição seria capaz de
substituí-los neste mundo. Voltará ainda a Inquisição com os seus
archotes incendiários?
Simón
Bolívar
-
Manifesto ao Congresso Constituinte da Bolívia (1824-1825)
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